sexta-feira, 9 de maio de 2014

Você sabia que nem sempre o celibato dos padres foi obrigatório?
Unknown06:02 0 comentários


Muitos pensam que sempre houve proibição do casamento de padres pela Igreja Católica, porém, o que muita gente não sabe é que nem sempre o celibato foi uma obrigação que os sacerdotes deveriam seguir, já que houve inúmeros casos de padres casados. Na verdade, durante os anos correspondentes ao declínio do império romano, o celibato era apenas uma recomendação.
Mas, a partir de 306, com o do sínodo de Elvira na Espanha, foi estabelecida a proibição do casamento de clérigos naquela região sob pena de punição. O cânone 33, desse concílio dizia: “Decretamos que todos os bispos, sacerdotes e diáconos, e todos os clérigos envolvidos com o ministério, sejam totalmente proibidos de viverem com esposas e gerarem filhos. Quem assim o fizer será deposto da dignidade clerical”. Com isso, aos poucos as autoridades da Igreja passaram a impor o celibato compulsório em outras regiões. Entretanto, foi com papa Gregório VII, no século XI, que o celibato clerical passou a ser mais aceito na Igreja de forma que jamais tinha sido antes. Séculos depois, esse assunto voltou a ser tema de debate, quando o Concílio de Trento definitivamente ratificou o celibato clerical.


Referência:
MATOS, A. S. . A caminhada cristã na história: a Bíblia, a igreja e a sociedade ontem e hoje. 1. ed. Viçosa - MG: Editora Ultimato, 2005. 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Igreja Católica no Brasil imperial
Unknown06:38 0 comentários


Dom Macedo Costa (bispo de Belém)

O mundo católico no século XIX

No século XIX surgiu na França uma doutrina católica que buscava reforçar e defender o poder do papa, afastando a ideia de que a Igreja tinha se tornado um mero departamento de estado. Inspirada nas normas do Concílio de Trento, essa doutrina ficou conhecida como Romanização ou Ultramontanismo, caracterizando-se por ser uma reação da Igreja Católica aos acontecimentos políticos, sociais e econômicos que questionavam sua hegemonia desde a época da Revolução Francesa. Dessa forma, em algumas partes da Europa e América Latina vinha ocorrendo vários conflitos entre Igreja e Estado, provocando na Igreja o desejo, não necessariamente de separação, mas de maior autonomia frente ao poder civil.

O Ultramontanismo no Brasil

A Igreja no Brasil seguiu as tendências transformadoras do mundo católico do século XIX influenciada pelo movimento Ultramontano em ascensão. Essa situação gerou um abalo na aliança entre Estado/Igreja (Padroado Régio) no Brasil, onde vários bispos tentaram alcançar autonomia espiritual da Igreja em relação ao Estado, tendo como alguns dos principais nomes dessa reforma católica os bispos: Dom Romulado de Seixas, Dom Ferreira Viçoso, Dom Antonio Joaquim de Melo, Dom Vital de Oliveira e Dom Macedo Costa.
É importante entender que no Brasil imperial a constituição de 1824 legitimava a união entre Estado e Igreja (Padroado Régio), tornando o catolicismo a religião oficial do Estado. Devido ao Padroado Régio, o clero e os bispos ficam dependentes das autoridades civis, já que quem decide sobre a remuneração dos padres, nomeação de bispos, construção de igrejas, criação de seminários e paróquias é o governo imperial. Desde o período colonial, o contato dos religiosos era muito maior com o poder civil, do que com a santa Sé em Roma, por isso, o catolicismo no Brasil se desenvolveu de forma popular, predominando forte caráter de devoção, com grande presença de leigos nas irmandades, e os exageros existentes nas procissões e festas aos santos.
A Igreja percebeu a necessidade de uma reforma interna, tentando formar um clero de acordo com os ensinamentos de Roma, que buscava implantar um catolicismo mais ortodoxo, colocando em prática os sacramentos da igreja, e deixando de lado catolicismo popular. Além disso, com a crescente presença de protestantes e liberais no contexto brasileiro, a Igreja defende que só a verdade (católica) e não o Erro (liberal ou protestante) tem direito a existir.

Questão religiosa

O Estado, na tentativa de reforçar a imagem de um governo forte e centralizador, passa a intervir de forma mais incisiva nos assuntos religiosos, provocando a reação da Igreja quanto a essa situação de subordinação.
Na década de 1870 houve uma divergência entre a Igreja Católica e a Maçonaria, envolvendo o bispo do Pará, Dom Macedo Costa, e o bispo de Olinda Dom Vital de Oliveira. Os dois bispos barraram a participação de maçons nas irmandades. O Estado acabou intervindo no conflito se colocando a favor das irmandades gerando um grande mal estar na aliança entre Igreja e Estado.
Os bispos se recursaram a aceitar a decisão do governo imperial, e foram presos em 1874. Essa situação causou muita polêmica em todo o Brasil, pois grande parte do clero e os fieis ficaram ao lado dos bispos presos, e até mesmo o papa Pio IX saiu em defesa de Dom Macedo Costa e Dom vital. Apesar de terem sido anistiados no ano seguinte, a relação entre Igreja e Estado não era das melhores, quando finalmente em 1890, foi desfeita a aliança entre a esfera civil e religiosa, através de um decreto.
A questão religiosa foi um dos vários fatores que fizeram o segundo império perder forçar no Brasil, levando ao advento da república em 1889. Vale ressaltar também que o aconteceu no Brasil aconteceu em outras partes do mundo ocidental, como por exemplo, na Itália, Suíça, Alemanha e França onde ocorrem sérios conflitos entre Igreja e Estado, ou mais especificamente, entre mundo católico conservador e o mundo liberal.

Referências:


FRAGOSO, Hugo. A igreja na formação do estado liberal (1840-1875). In: História da Igreja no Brasil: Ensaio de interpretação a partir de um povo – segunda época. Tomo II/2. HOORNAERT, Eduardo (org.). Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1992.

Por Allan Andrade

Religião e cultura Maia
Unknown06:19 0 comentários



Até hoje a civilização Maia desperta fascínio em muitos estudiosos, já que alcançaram feitos extraordinários para a época. A escrita maia se caracterizou por ser muito complexa, não tendo nenhum contato com escritas de outros povos, por isso a grande dificuldade de se entender essa sociedade. Quando os espanhóis chegaram, no século XV, a civilização Maia já estava em declínio, sendo preciso esperar o século XIX para saber um pouco mais desta civilização com a ajuda de estudiosos de diversas áreas.

Conhecimento astronômico e matemático

Os Maias desenvolveram grandes conhecimentos matemáticos, no qual descobriram e usaram a noção do zero em seus cálculos. Isso lhes permitiu elaborar calendários extremamente complexos e uma grandiosa engenharia, usando medidas precisas para a construção de suas pirâmides.
A sociedade Maia tinha grande interesse pela movimentação dos corpos celestes. Eram conhecedores de eclipses solares, movimento dos planetas, e conseguiram encontrar a rotação do planeta Vênus com uma margem de erro de apenas 14 segundos. Os Maias conseguiram elaborar alguns calendários através da observação astronômica (dos planetas). Os calendários Maias mais importantes eram: um ritual (Tzolkin) de 260 dias e um civil (Haab) de 360. Eles formavam a famosa roda calendárica. Estes calendários se encontravam em um ciclo de 52 anos.
A concepção de tempo dos Maias era diferente do que se tem hoje. Eles não cultivavam uma ideia linear de tempo, portanto não podiam acreditar que, em um determinado ponto da reta, aconteceria uma espécie de apocalipse. Alguns analistas acreditam, portanto, que o final do calendário Maia, possivelmente em 2012, seja o início de um novo ciclo para esta sociedade.


Calendário Maia


Arte e arquitetura maia

A arte Maia tinha grande importância na preservação das tradições religiosas, pois, ao mesmo tempo em que contava e reproduzia as tradições de seus deuses, esta arte também trazia relatos da questão política da civilização. Os murais, as esculturas e as pinturas relatavam a importância das dinastias dos antepassados para as futuras gerações.
Em diversas cidades maias encontramos grandes construções produzidas por esse povo, além de avenidas calçadas, templos e palácios que demonstram grande riqueza do traçado arquitetônico desta civilização.

Religião maia

            A religião tinha como característica a crença em vários deuses que poderiam ser tanto masculinos como femininos. Em meio a essas várias divindades, um dos principais era Itzamna, deus criador, deus dos céus, do dia e da noite. Nas cidades maias eram construídos templos de adoração onde ocorriam grandes celebrações públicas que marcavam diferentes épocas do calendário Maia.
Os principais deuses mais eram:

Itzamna: deus criador.
Hunab kei: deus celeste.
Ahui: deus do sol.
Chaac: deus da chuva.
Ah puch cenote: deus do submundo.
Ixchel: deusa da lua.

Escultura Maia do século 8. Representação do Deus Itzamna


            Apesar do sacrifício humano fazer parte dos rituais religiosos do povo Maia, devemos entender que as pessoas não eram sacrificadas aleatoriamente, já que muitos sacrificados eram prisioneiros de guerra ou escravos. Esse ritual poderia ser por agradecimento, como em caso de uma boa colheita ou para acalmar os deuses, pois os Maias acreditam que os deuses poderiam castigá-los, a exemplo de uma colheita insuficiente.



Referências
GENDROP, Paul. A civilização Maia. Rio de janeiro: Jorge Zahar. 2005(coleção as civilizações pré-colombianas)

LEON-PORTILLA, Miguel. A Conquista da América latina vista pelos índios: relatos Astecas, Maias e Incas; tradução de augusto Ângelo Zanatta- Petrópolis, vozes, 1987.

Por Allan Andrade

sábado, 26 de abril de 2014

A civilização Maia
Unknown14:24 0 comentários



Introdução

Antes da chegada dos europeus em 1492 na área que hoje chamamos de América habitavam várias tribos indígenas. Entre elas, existiam comunidades altamente complexas. Os Maias, Astecas e Incas foram às civilizações que mais se destacaram nesse sentido. Tendo em vista isso, vamos nos dedicar mais especificamente ao povo Maia.

Origens

Antes de falarmos especificamente dos Maias, é necessário destacar civilizações que habitaram a Mesoamerica1 e de alguma forma influenciaram o povo Maia. Os Olmecas (considerados a primeira civilização elaborada dessa região) foram um desses povos. Eles habitavam aldeias em torno de um centro cerimonial aproximadamente entre o século XIII a.C. e o ano 100 a.C.  
Outros povos que se destacaram muito antes do período clássico, e influenciaram os Maias foi a civilização de Teotihuacán e os Toltecas. Teotihuacán possuía um conjunto arquitetônico magnífico, onde se destacam pirâmides gigantescas e cultuavam a serpente de plumas (Quetzalcoatl). Já os Toltecas apresentavam novas concepções religiosas para essa região, com a prática de sacrifícios humanos.

Espaço Geográfico

A civilização Maia se localizava na Mesoamérica, mais especificamente por todo o atual sul dos estados mexicanos de Chiapas, Tabasco e  Península de Yucatán. A área Maia também se estendeu por todo o norte da América Central, incluindo as atuais nações da Guatemala, Belize, Norte de El Salvador e no oeste de Honduras.
A ocupação do local onde iria se desenvolver a civilização Maia foi feita através de migrações de tribos que com o passar do tempo foram se tornando sedentárias. A agricultura foi fundamental para que houvesse a sedentarização.

Na imagem acima aparece o local onde habitavam os Maias, com destaque para cidades como Tikal, Palenque,Copán e Chichén Itzá.

Os estudiosos costumam adotar a seguinte divisão:

Período Pré-clássico: São os primeiros tempos dos Maias que estavam localizados nas chamadas Terras Altas.
Período Clássico: Aproximadamente entre 300 e 900, foi o momento onde os Maias se desenvolveram na área central, ao norte das terras altas. Foi ali que surgiram grandes cidades como Tikal, Uaxactún, Palenque e Copán. Quando os espanhóis chegaram à Mesoamerica já tinha se passado o período clássico Maia. Não se sabe ao certo o motivo do esvaziamento das cidades, mas é provável que isso tenha acontecido pela grande exploração do solo até a exaustão, isso teria levado as comunidades á abandonarem o local.
Período pós-clássico: Esse período se deu entre 900 a 1500, localizando-se na península do Yucatán, surgindo cidades como Chichen Itzá, Uxmal e Mayapan. Foi nesse momento que os espanhóis chegaram nas terras Maias.

A Civilização Maia

Os Maias constituíam uma sociedade altamente complexa. Com uma rica cultura acumulada durante séculos, as cidades Maias tinham um traço cultural em comum, mas não constituíam um império, pois cada cidade tinha seu próprio governo. As cidades eram autônomas e apenas controlavam as regiões vizinhas, possuíam um centro cerimonial contendo grandes construções como as pirâmides e outros templos. Nessa área habitavam a elite composta por nobres e sacerdotes. Já a população habitava áreas em torno desse centro.
A economia das cidades geralmente era baseada na agricultura. Plantavam principalmente milho, mas também o algodão e o cacau. Além de existir varias trocas comerciais naquela região.
Hierarquia Na Sociedade

Essa civilização caracterizava-se pela existência de comunidades aldeãs, que reunia famílias aparentadas, unidas pela posse comum da terra, não havendo propriedade privada. Essas comunidades estavam agrupadas em torno de um estado, controladas por uma elite, composta por uma nobreza, sacerdotes, e chefes guerreiros. O estado cobrava tributos e outras obrigações dessas comunidades. Essa sociedade era altamente hierarquizada, com uma organização social bem definida:
Halach Uinic (verdadeiro homem):
Era o principal governante que dirigia a política interna e externa, mas também tinha um importante papel religioso.
Elite:
A elite era composta pelos Nobres que forneciam chefes locais, controlavam os cargos burocráticos, sacerdotais e guerreiros. Preservavam a historia dos seus antepassados para mostrarem os serviços prestados pela família ao Estado. Os Sacerdotes também faziam parte dessa elite. Os autos sacerdotes eram o grupo de maior prestigio na sociedade, mesmo havendo diferença entre eles. O Ahucan era o sumo sacerdote, responsável pela organização dos templos e pela execução dos cultos religiosos.
Mazehualob:
Era a maioria da população. Moravam na periferia da cidade e constituíam a camada mais popular. Eles trabalhavam na agricultura e nas construções.
Escravos:
Era a camada mais baixa da população. Geralmente eram prisioneiros de guerra ou criminosos que deveriam trabalhar até pagar o seu crime. Apesar de existir escravos na sociedade Maia, não se pode caracterizar como uma sociedade escravista, pois a sociedade Maia não dependia dos escravos. Porém serviam essencialmente para fazer parte dos rituais de sacrifício humano aos deuses.
Os sacrifícios, as guerras e a religião compunham elementos centrais da cultura maia. Mas sobre isso falaremos mais tarde.

Referência: GENDROP, Paul. A civilização Maia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2005 (Coleção As Civilizações Pré-colombianas).

Por Allan Andrade 

Periodização da civilização Egípcia antiga
Vinicius13:47 0 comentários




Civilização Egípcia
Estudar o Egito antigo requer certa calma, pois entender as várias transformações ocorridas durante 31 dinastias, fora os 3 períodos intermediários, períodos pré e pós dinásticos enfim uma série de acontecimentos, hora isolados, hora atrelados a outros que fazem da civilização egípcia uma das mais fascinantes da história da vida do homem sobre a terra.
Períodos da civilização egípcia:
·         Pré dinástico.
·         Período Protodinástico.
·         Época Tinita.
·         Antigo Império.
·         1º Período Intermediário.
·         Médio Império.
·         2º Período Intermediário.
·         Novo Império.
·         3º Período Intermediário.
·         Época Baixa.
·         Período Greco Romano.
·         Período Romano.
- Período Pré Dinástico

Anterior a 3100 a.C. período compreendido entre o neolítico antigo e o início da monarquia faraônica. É nessa época em que os primeiros nomos irão surgir e também irão evoluir de maneira gradativa sua agricultura, artesanato e até o comércio.
            Algumas culturas irão se destacar nesse período como, por exemplo, no Baixo Egito as culturas El-Omari e Merimde, e no Alto Egito as culturas Tasiana, Tarifiana, Badariana.

- Período Protodinástico

Vai dos anos de 3200-3000 a.C., passa por um contínuo processo de unificação política que acabou formando um Estado egípcio único. Começam a existir os primeiros hieróglifos, cemitérios reais e a irrigação. Muitas áreas do delta do Nilo já haviam se desenvolvido de maneira imponente e se dedicavam exclusivamente ao comércio com o Oriente Próximo através do Mar Mediterrâneo.
            Não se sabe ao certo como se deu a total unificação egípcia do Alto e do Baixo Egito, sendo que algumas possibilidades podem servir de justificativa para tal acontecimento, como por exemplo, a formação da cidade de Mênfis, dominação de outros povos, comércio e pressões populares.

- Época Tinita

Um período que compreende a primeira e a segunda dinastias, sendo datadas de 3100-2700 a.C.
            Antes do processo total de unificação existiam vilarejos independentes, nomos, que após se tornarem um único Estado, o rei estabelecia uma administração nacional e apontavam os governadores, os quais comandavam os nomos e eram chamados de nomarcas.

- Antigo Império

Período em que a terceira, quarta, quinta e sexta dinastias se desenvolve, datado de 3200-2300, iniciou-se com a unificação dos dois reinos através da política de Menés, também chamada de dinastia teocrática, devido o faraó ser considerado uma divindade, tinha uma política muito centralizada. Por outro lado foi nesse período em que os egípcios desenvolveram mais ainda a irrigação e a agricultura. Nesse período o estado egípcio era pacifista e isolado dos outros povos.
            Com o passar de alguns anos povos nômades do deserto passaram a ocupar as regiões próximas aos grandes centros egípcios, como o faraó tinha muitos problemas com os religiosos, os mesmos passaram a permitir cada vez mais a aproximação desses povos para o centro do Egito. A partir dessas querelas religiosas e lutas políticas e sociais a estabilidade do Egito foi enfraquecida, em contra partida o poder dos nobres ou nomarcas fez com que o poder do Antigo Império fosse cada vez mais descentralizado e enfraquecido.
            Durante o auge do Antigo Império os faraós financiaram uma boa vida aos escribas e oficiais letrados dada a importância dessas pessoas, porém cinco séculos de financiamento com as mais variadas formas de pagamento, e mais um período de longa estiagem ajudaram também a diminuir o poder do faraó e a ascensão dos nomarcas causaram muitos conflitos dentro do Antigo Império dando início a um período chamado de 1º período intermediário.

- Primeiro Período Intermediário

Período em que a sétima, oitava, nona, décima e décima primeira dinastias se desenvolveram, mesmo com o governo sendo exercido por mais de uma dinastia. Nesses períodos estão ocorrendo várias transformações políticas e econômicas no Egito que modificam a estrutura dentro desse território, um exemplo é o fortalecimento dos nomarcas que se intitulavam reis, sétima e oitava dinastias, e suas províncias ganhava destaque e fizeram com o Egito ficasse dividido em três: Delta, o Médio Egito e Alto Egito. Mas mesmo com essa divisão era do interesse dos nomarcas e reis manterem o Baixo Egito unificado.
            Nesse período os reis tinham a fama de serem muito cruéis, principalmente na nona e décima dinastias, porém essas atitudes fizeram com que o Egito ganhasse fortes para a defesa e os Líbios e outros povos foram expulsos por terem entrado no Egito e formado uma população excedente e que não era do interesse dos reis que esses povos permanecessem naquele lugar.
            Nesse período surge uma guerra civil dentro do Egito por conta das terras que foram divididas de acordo com o interesse dos reis, por conta dessa guerra civil esse período de conflitos é considerado período de anarquia, e também é mais uma prova da falta de centralização do poder no Egito.
            Também é relevante comentar uma mudança de comportamento do ponto de vista dos sepultamentos, pois antes desse período apenas os faraós podiam passar para outra vida com os rituais adequados. Após esses acontecimentos outras camadas passaram a ter esse direito, como nobres e oficiais.
            Após vários acontecimentos marcantes a décima primeira dinastia ganha força e surge em Tebas, e é essa dinastia que vai dar início ao processo de reunificação do Egito e marca o início do Médio Império.

- Médio Império

Declínio da décima primeira dinastia e ascensão da décima segunda, período em que a prosperidade volta ao Egito graças ao faraó que volta a ser figura central na política.
            Uma das modificações importantes é a mudança da capital que sai de Tebas para Itjtawy em Faium, de onde os faraós da décima segunda dinastia se comprometem a recuperar áreas de plantio que estão degradas, e os sistemas de irrigação.
            No Médio Império surge uma nova forma de democratização da vida no além, com a ideia de que todas as pessoas possuem alma e tem direito rituais sagrados e de passagem, e que podem ser recebidas na companhia dos deuses.
            Outra característica importante é o surgimento da figura do co-faraó, uma espécie de cargo hereditário que garantia ao filho do faraó assumir o lugar do pai com sua morte. Amemnehat III foi o último faraó da décima segunda dinastia e chegou ao poder dessa forma como co-faraó. O mesmo permitiu a entrada dos asiáticos n região do delta para que os mesmos servissem de mão de obra para as obras públicas e expedições militares, porém esse excedente populacional combinado com cheias irregulares do Nilo enfraqueceu sua política e o Egito entra no segundo período intermediário. Durante esse declínio os colonos asiáticos que já estavam no Egito começam assumir o poder, como foi no caso dos Hicsos.

- Segundo Período Intermediário

Se estende dos anos de 1780-1570 a.C., marca o domínio da décima terceira, décima quarta, décima quinta, décima sexta e décima sétima dinastias e marca o domínio dos Hicsos sobre os egípcios por conta das técnicas de combate que o povo do Egito desconhecia montaria e carros de combate. Essa dominação se deu inicialmente o lado oriental do Nilo, porém com o passar dos anos passaram a ocupar o delta e o Alto Egito, tudo isso após a fundação da cidade de Aváris.
            Amósis foi o responsável por ressurgir com a expansão egípcia, que vai fazer aparecer o Novo Império, expulsando os Hicsos.

- Novo Império

Aproximadamente de 1550-1259 a.C., marca o domínio da décima oitava, décima nona e vigésima dinastias. Período marcado pela volta da prosperidade egípcia e expulsão dos hicsos, reforço das fronteiras e formação de novos laços diplomáticos feitos com povos vizinhos. Porém a partir de 1350 o novo império vai perdendo instabilidade no governo de Amenófis IV. Esse período é marcado por conflitos devido esse faraó promover uma série de reformas radicais na religião, agricultura e relações externas.
            Como o Egito ainda prospera nessa época chama a atenção dos líbios e os chamados povos do mar, os quais se uniram para atacar o Egito. Esses povos foram derrotados e expulsos do Egito por Ramsés III, porém seus sucessores não tiveram o mesmo êxito. Após uma série de golpes de estado promovido por escribas e sacerdotes, e outros problemas internos o Novo Império se enfraqueceu dando início ao terceiro período intermediário com muita presença estrangeira.

- Terceiro Período Intermediário

Entre os anos de 1077-664 a.C., tem a presença das vigésima primeira, vigésima segunda, vigésima terceira, vigésima quarta e vigésima quinta dinastias. Período que marca uma total fragmentação política, forte dominação dos líbios e núbios.
            Por volta de 727 a.C., o prestígio do Egito diminuiu consideravelmente, seus aliados ficaram sob domínio dos assírios e em 700 a.C. acontece uma guerra na qual os assírios são derrotados e expulsos dando início a chamada época baixa.

- Época Baixa

Também conhecido como período tardio, tem a presença da vigésima sexta, vigésima sétima, vigésima oitava, vigésima nona, trigésima e trigésima primeira dinastias, entre os anos de 672-525 a.C., tem uma forte ocupação dos assírios dentro do Egito, mas sem o interesse de planos de ocupação. Essas áreas são dadas a uma espécie de vassalos chamados de reis saite.
            Após alguns acontecimentos internos e novos combates com outros povos o Egito foi finalmente dominado por Alexandre, o grande em 332 a.C. dando início ao período Greco-romano.

- Período Greco-romano

Se estende de 305-30 a.C. quando o Egito passa a ser província de Roma.
            Nessa época o Egito foi dividido em duas partes: dinastia macedônica e dinastia ptolomaica.

DINASTIA MACEDÔNICA: Durante a breve estada de Alexandre no Egito, ele estabeleceu o plano de construção da cidade de Alexandria e ofereceu sacrifício aos deuses egípcios.

DINASTIA PTOLOMAICA: Período da morte de Alexandre e ascensão do império romano e quando a cultura grega também ganha força.

- Período romano

Com a morte de Alexandre e o fim da dinastia ptolomaica o Egito acaba caindo no domínio romano, porém o mesmo não poderia estar no território nesse caso, então, delega poderes administrativos, jurídicos e militares ao prefeito de ordem eqüestre. O nomos ainda era a forma de governo habitual do Egito, as terras reais, sagradas e privadas pertenciam ao imperador.

            Os impostos eram cobrados de maneira exagerada que até os animais pagavam, o que provocou mais uma revolta dentro dessa civilização e que acabou por terminar com períodos importantes nessa civilização.

Por Alacy Junior

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Atenas
Unknown18:17 0 comentários



O regime oligárquico
A primeira forma de governo em Atenas foi a monarquia, no qual o Baliseu (rei) era o soberano, e acumulava as funções de chefe político, militar e religioso. Com o passar do tempo, Atenas viveu um regime oligárquico onde o governo passou para as mãos dos Eupátridas (os bem nascidos), que eram eleitos pelo Areópago (conselho aristocrático). Essas assembleias existiam desde a época da monarquia, porém só tinham função de consulta, mas com o tempo passaram a ter poder de decisão. Dessa forma, o governo passou a ser exercido por um pequeno grupo, ou seja, uma aristocracia (governo dos melhores).
A organização social de Atenas estava divida em três grupos: Atenienses, Metecos e Escravos.
Entre os Atenienses existiam os:
Eupátridas: Eram os donos das grandes propriedades de terra em Atenas, descendentes dos primeiros chefes e considerados cidadãos.
Georgóis: Pequenos proprietários de terras, não considerados cidadãos.
Thetas: Grande parte da população, camponeses que estavam sujeitos a escravidão por dívida.
Demiurgos: Eram comerciantes e artesãos, geralmente viviam em situação de pobreza. Mas, ao longo do tempo essa camada foi ganhando força, principalmente quando Atenas aumentou seus contatos com o mundo mediterrâneo, pois cada vez mais eles iam enriquecendo com o comércio nos séculos VII e VI a.C.
Ainda tinham os estrangeiros que moravam na cidade, mas sem direitos políticos, conhecidos como Metecos. E por ultimo os Escravos que eram a principal mão-de-obra de Atenas.
Como se vê, existiam vários grupos em Atenas que defendiam interesses diferentes, causando vários conflitos internos. A concentração fundiária, surgimento da economia monetária, escravidão por dívida, marginalização de Georgóis e Thetas, acabaram gerando muita insatisfação em Atenas.

Drácon e Sólon
Os grupos sociais que estavam em ascensão pressionaram os aristocratas a ceder a algumas exigências. Assim, os Eupátridas permitiram algumas reformas feitas pelos legisladores, dentre os quais, os dois mais importantes foram Drácon e Sólon.
 Drácon (século VII a. C.) tentou instituir um direito comum a todos. Ele publicou as primeiras leis escritas para evitar que os nobres interpretassem essas leis de acordo com seus interesses. Entretanto, essas reformas mantiveram os privilégios da elite e a escravidão por dívida.
Já as reformas de Sólon foram mais profundas. Além de ter dado mais poderes para a Eclésia (assembleia popular) e ter criado Bulé (conselho de cidadãos), dois órgãos que foram muito importantes mais tarde para a democracia, ele foi responsável abolição da escravidão por dívidas e a instituição de uma nova forma de participação política, a timocracia (governo dos ricos), ou seja, a participação não era mais por nascimento, e sim para os que tinham certa renda. Mesmo as reformas de Sólon sendo mais flexíveis que as de Drácon, isso não acabou com a insatisfação da grande maioria da população.

Tirania
O regime oligárquico não terminou de uma hora para outra em Atenas, pois os aristocratas não cederam facilmente. A trajetória política de Atenas até chegar à democracia foi marcada por longas etapas, uma delas foi à tirania. A fase da tirania em Atenas fez reformas importantes que beneficiaram as massas, abrindo caminho para democracia, pois foi um momento em que as camadas populares se organizaram e enfraquecendo a elite. Nesse momento, o principal nome da tirania em Atenas foi Pisístrato, pois entre outras medidas, ele realizou a reforma agrária e promoveu crescimento econômico e cultural.

Democracia
Passada a fase da tirania, Clístenes assume o poder e deu início a democracia ateniense. As principais mudanças de Clístenes foram:
A Reforma Urbana e Política dividiu a população ateniense em dez tribos, misturando homens de várias origens, a bulé passou de quatrocentos a quinhentos membros onde cada uma das 10 tribos deveria indicar 50 representantes para a preparação dos projetos de lei. A Reforma Cívica que abriu possibilidades para que o indivíduo tenha direito a cidadania ateniense, ou seja, agora eram cidadãos aqueles do gênero masculino, filhos de pai e mãe ateniense, e maior de dezoito anos. Era o principio da isonomia, onde todos tem o mesmo direito, independente da situação econômica. E o Ostracismo, que era a punição aplicada a todo cidadão que fosse considerado uma ameaça ao regime democrático. Depois de uma votação secreta, o acusado poderia ser banido da cidade por dez anos, perdendo todos os seus direitos políticos.
Outro grande nome nessa época foi Péricles. Ele se tornou arconte no século V a. C, e foi o principal nome da expansão imperial de Atenas como potência comercial. Foi durante o governo de Péricles que é criada a Liga de Delos (aliança de várias cidades-estados da Grécia contra os Persas). Além disso, Péricles estimulou ás artes e a cultura, e foi responsável pela construção do Partenon com os recursos vindos dos impostos cobrados das cidades que faziam parte da liga de Delos.
Apesar de ter sido iniciada com Clístenes, a democracia ateniense teve seu apogeu com Péricles. Nessa democracia os escravos, mulheres, menores de 18 anos e estrangeiros não participavam, sendo que esses somavam a maioria da população. Entretanto, para os atenienses não era contraditório haver escravidão dentro da democracia, já que para os gregos um mundo sem escravos era impensável.
Já durante entre 431 a. C. e 404 a. C. as cidades de Atenas e Esparta se enfrentaram na chamada Guerra do Peloponeso. Essa guerra que se estendeu por muito tempo, e só enfraqueceram as duas potências gregas causando seu declínio. Foi então que Felipe II, rei da macedônia viu a oportunidade de conquistar toda a Grécia, e consequentemente Atenas. Após conseguir dominar as cidades gregas, Felipe II morre, e deixa o lugar vago para seu filho, Alexandre que prosseguiu dominando inclusive o Império persa.
Por Allan Andrade


Referências:
CARDOSO, C. F. S. . A Cidade-Estado Antiga. SAO PAULO: ATICA, 1985.
FERREIRA, Olavo Leonel.; Visita à Grécia antiga. São Paulo: Moderna, 2008.
FUNARI, P. P. A. ; FUNARI, P. P. A. . Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2000

segunda-feira, 31 de março de 2014

Pólis
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A pólis (no plural póleis) ou cidade-estado pode ser definida como um centro político e geográfico, que pessoas se concentravam; uma comunidade de cidadãos livres que se “autogovernavam”, dispondo para tais fins de uma, ou mais, assembleias e magistrados, e de um conselho, que era responsável de preparar os assuntos a serem discutidos nas assembleias.
Com o crescimento populacional e o fim das comunidades gentílicas, os gregos foram formando cidades politicamente independentes, por isso o termo “cidade-Estado”, pois se tratavam de cidades que eram como pequenos Estados soberanos, que gozavam de autonomia política e de certa forma econômica.
Cada pólis possuía suas particularidades, em termo de instituições, cultos, festas, moral e política. Elas possuíam seus heróis e deuses protetores. Elas eram muito mais do que um espaço habitado por pessoas; eram como entidades vidas, dotadas de pensamentos e ações, “as pessoas são a polis”, já descrevia o historiador antigo Tucidides, ao tentar explicar a importante que a cidade-Estado tinha para os gregos antigos, pois era lá que eles participavam da vida pública e faziam seus festejos religiosos, era lá que se constituía a identidade do cidadão, o centro cívico e o coração do mundo Heleno.
Muitas são as tentativas de explicar essa constituição grega em Pólis. As explicações tradicionais nos apontam para a geografia montanhosa da Grécia que dificultava o acesso e comunicação entre as localidades, e por isso tenha se dado essa formação independente. Entretanto outros historiadores levantam a teoria de que essa formação se deu por causa dos diferentes povos que formaram a Grécia antiga.

Como era sua estrutura física?
As Póleis não se constituíam apenas de um centro urbano, elas compreendiam também uma área rural, de onde muitas vezes provinha sua verdadeira riqueza. A relação do urbano e rural não era de antagonismo, mas sim de associação, eles se completavam.
Outras duas marcantes características das cidades-Estado eram: seu centro público, onde aconteciam às reuniões dos cidadãos, a ágora. Já a acrópole (cidade alta), localizava-se na parte mais elevada do relevo, muitas vezes fortificada. Era muito relevante como ponto defensivo da comunidade, entretanto sua importância era também simbólica como parte nobre das Póleis e onde se localizava o templo de seu deus protetor.

Quais suas principais características?
Podemos numera as principais características das póleis em três categorias, que são[1]:
Forma de governo – Em uma ou mais assembleias, e um ou mais conselhos, além de certo numero de magistrados, quase sempre escolhidos anualmente.
Participação dos cidadãos – O funcionamento das póleis exigia a participação do cidadão no processo político, que acontecia nos conselhos e/ou assembleias.
Inexistência de separação plena de religião, justiça e governo - Nas cidades-Estado não existia uma separação absoluta entre os órgãos do governo e da justiça, e a religião e seus sacerdotes faziam parte do aparelho Estatal.
Tais características acima citadas foram presentes tanto em pólis democráticas quanto em oligárquicas. Por exemplo, na forma de governo, todas as cidades-Estado contavam com assembleia(s), conselho(s) e magistrados, mas elas se diferenciavam nas condições de acesso à cidadania plena.
Atenção: As cidades-Estado não foram uma exclusividade da Grécia antiga, muito antes Fenícios e os Mesopotâmios já se organizavam em cidades politicamente independentes.

Cidadãos, mulheres, estrangeiros, escravos e bárbaros
Era considerado cidadão aquele que fosse filho de cidadão, ou seja, a cidadania estava associada à condição de nascimento. As mulheres não tinham direito a cidadania assim como estrangeiros crianças e escravos. A idade mínima para se exercer a cidadania podia variar de pólis para pólis. Em Esparta a idade era de 30 anos, enquanto em Atenas era de 18 anos. Os bárbaros (Aqueles que não eram gregos) não eram cidadãos, assim como os estrangeiros (gregos fora de sua cidade de origem).
  





[1] Essas três principais características são definidas pelo historiador, Ciro Flamarion em seu livro “A cidade-Estado antiga”. Ver referências.


Referências
CARTLEDGE, Paul (org.). História Ilustrada Grécia Antiga. 2. ed. São Paulo: Ediouro, 2009
CARDOSO, Ciro Flamarion S. A cidade-Estado antiga. São Paulo: Ática, 1993
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo : Contexto. 2002