O regime oligárquico
A
primeira forma de governo em Atenas foi a monarquia, no qual o Baliseu (rei)
era o soberano, e acumulava as funções de chefe político, militar e religioso. Com
o passar do tempo, Atenas viveu um regime oligárquico onde o governo passou
para as mãos dos Eupátridas (os bem nascidos), que eram eleitos pelo Areópago
(conselho aristocrático). Essas assembleias existiam desde a época da
monarquia, porém só tinham função de consulta, mas com o tempo passaram a ter
poder de decisão. Dessa forma, o governo passou a ser exercido por um pequeno
grupo, ou seja, uma aristocracia (governo dos melhores).
A
organização social de Atenas estava divida em três grupos: Atenienses, Metecos e
Escravos.
Entre
os Atenienses existiam os:
Eupátridas: Eram
os donos das grandes propriedades de terra em Atenas, descendentes dos primeiros chefes e considerados
cidadãos.
Georgóis:
Pequenos proprietários de terras, não considerados cidadãos.
Thetas: Grande
parte da população, camponeses que estavam sujeitos a escravidão por dívida.
Demiurgos: Eram
comerciantes e artesãos, geralmente viviam em situação de pobreza. Mas, ao
longo do tempo essa camada foi ganhando força, principalmente quando Atenas
aumentou seus contatos com o mundo mediterrâneo, pois cada vez mais eles iam enriquecendo
com o comércio nos séculos VII e VI a.C.
Ainda
tinham os estrangeiros que moravam na cidade, mas sem direitos políticos,
conhecidos como Metecos. E por
ultimo os Escravos que eram a principal
mão-de-obra de Atenas.
Como
se vê, existiam vários grupos em Atenas que defendiam interesses diferentes, causando
vários conflitos internos. A concentração fundiária, surgimento da economia
monetária, escravidão por dívida, marginalização de Georgóis e Thetas, acabaram
gerando muita insatisfação em Atenas.
Drácon e Sólon
Os
grupos sociais que estavam em ascensão pressionaram os aristocratas a ceder a
algumas exigências. Assim, os Eupátridas permitiram algumas reformas feitas pelos
legisladores, dentre os quais, os dois mais importantes foram Drácon e Sólon.
Drácon (século VII a. C.) tentou instituir um
direito comum a todos. Ele publicou as primeiras leis escritas para evitar que
os nobres interpretassem essas leis de acordo com seus interesses. Entretanto,
essas reformas mantiveram os privilégios da elite e a escravidão por dívida.
Já
as reformas de Sólon foram mais profundas. Além de ter dado mais poderes para a
Eclésia (assembleia popular) e ter criado Bulé (conselho de cidadãos), dois
órgãos que foram muito importantes mais tarde para a democracia, ele foi
responsável abolição da escravidão por dívidas e a instituição de uma nova
forma de participação política, a timocracia (governo dos ricos), ou seja, a participação não era mais por nascimento,
e sim para os que tinham certa renda. Mesmo as reformas de Sólon sendo
mais flexíveis que as de Drácon, isso não acabou com a insatisfação da grande
maioria da população.
Tirania
O
regime oligárquico não terminou de uma hora para outra em Atenas, pois os
aristocratas não cederam facilmente. A trajetória política de Atenas até chegar
à democracia foi marcada por longas etapas, uma delas foi à tirania. A fase da
tirania em Atenas fez reformas importantes que beneficiaram as massas, abrindo
caminho para democracia, pois foi um momento em que as camadas populares se
organizaram e enfraquecendo a elite. Nesse momento, o principal nome da tirania
em Atenas foi Pisístrato, pois entre outras medidas, ele realizou a reforma
agrária e promoveu crescimento econômico e cultural.
Democracia
Passada
a fase da tirania, Clístenes assume o poder e deu início a democracia
ateniense. As principais mudanças de Clístenes foram:
A
Reforma Urbana e Política dividiu a população ateniense
em dez tribos, misturando homens de várias origens, a bulé passou de
quatrocentos a quinhentos membros onde cada uma das 10 tribos deveria indicar
50 representantes para a preparação dos projetos de lei. A Reforma Cívica que abriu possibilidades para que o indivíduo tenha
direito a cidadania ateniense, ou seja, agora eram cidadãos aqueles do gênero
masculino, filhos de pai e mãe ateniense, e maior de dezoito anos. Era o
principio da isonomia, onde todos tem o mesmo direito, independente da situação
econômica. E o Ostracismo, que era a
punição aplicada a todo cidadão que fosse considerado uma ameaça ao regime
democrático. Depois de uma votação secreta, o acusado poderia ser banido da
cidade por dez anos, perdendo todos os seus direitos políticos.
Outro
grande nome nessa época foi Péricles. Ele se tornou arconte no século V a. C, e
foi o principal nome da expansão imperial de Atenas como potência comercial.
Foi durante o governo de Péricles que é criada a Liga de Delos (aliança de
várias cidades-estados da Grécia contra os Persas). Além disso, Péricles
estimulou ás artes e a cultura, e foi responsável pela construção do Partenon
com os recursos vindos dos impostos cobrados das cidades que faziam parte da
liga de Delos.
Apesar
de ter sido iniciada com Clístenes, a democracia ateniense teve seu apogeu com
Péricles. Nessa democracia os escravos, mulheres, menores de 18 anos e
estrangeiros não participavam, sendo que esses somavam a maioria da população. Entretanto,
para os atenienses não era contraditório haver escravidão dentro da democracia,
já que para os gregos um mundo sem escravos era impensável.
Já
durante entre 431 a. C. e 404 a. C. as cidades de Atenas e Esparta se
enfrentaram na chamada Guerra do Peloponeso. Essa guerra que se estendeu por
muito tempo, e só enfraqueceram as duas potências gregas causando seu declínio.
Foi então que Felipe II, rei da macedônia viu a oportunidade de conquistar toda
a Grécia, e consequentemente Atenas. Após conseguir dominar as cidades gregas,
Felipe II morre, e deixa o lugar vago para seu filho, Alexandre que prosseguiu dominando inclusive o Império persa.
Por Allan Andrade
Referências:
CARDOSO, C. F. S. . A Cidade-Estado Antiga. SAO PAULO: ATICA, 1985.
FERREIRA, Olavo Leonel.; Visita à Grécia antiga. São Paulo:
Moderna, 2008.
FUNARI, P. P. A. ; FUNARI, P. P. A. . Grécia e Roma. São Paulo: Contexto,
2000
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