quinta-feira, 3 de abril de 2014

Atenas
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O regime oligárquico
A primeira forma de governo em Atenas foi a monarquia, no qual o Baliseu (rei) era o soberano, e acumulava as funções de chefe político, militar e religioso. Com o passar do tempo, Atenas viveu um regime oligárquico onde o governo passou para as mãos dos Eupátridas (os bem nascidos), que eram eleitos pelo Areópago (conselho aristocrático). Essas assembleias existiam desde a época da monarquia, porém só tinham função de consulta, mas com o tempo passaram a ter poder de decisão. Dessa forma, o governo passou a ser exercido por um pequeno grupo, ou seja, uma aristocracia (governo dos melhores).
A organização social de Atenas estava divida em três grupos: Atenienses, Metecos e Escravos.
Entre os Atenienses existiam os:
Eupátridas: Eram os donos das grandes propriedades de terra em Atenas, descendentes dos primeiros chefes e considerados cidadãos.
Georgóis: Pequenos proprietários de terras, não considerados cidadãos.
Thetas: Grande parte da população, camponeses que estavam sujeitos a escravidão por dívida.
Demiurgos: Eram comerciantes e artesãos, geralmente viviam em situação de pobreza. Mas, ao longo do tempo essa camada foi ganhando força, principalmente quando Atenas aumentou seus contatos com o mundo mediterrâneo, pois cada vez mais eles iam enriquecendo com o comércio nos séculos VII e VI a.C.
Ainda tinham os estrangeiros que moravam na cidade, mas sem direitos políticos, conhecidos como Metecos. E por ultimo os Escravos que eram a principal mão-de-obra de Atenas.
Como se vê, existiam vários grupos em Atenas que defendiam interesses diferentes, causando vários conflitos internos. A concentração fundiária, surgimento da economia monetária, escravidão por dívida, marginalização de Georgóis e Thetas, acabaram gerando muita insatisfação em Atenas.

Drácon e Sólon
Os grupos sociais que estavam em ascensão pressionaram os aristocratas a ceder a algumas exigências. Assim, os Eupátridas permitiram algumas reformas feitas pelos legisladores, dentre os quais, os dois mais importantes foram Drácon e Sólon.
 Drácon (século VII a. C.) tentou instituir um direito comum a todos. Ele publicou as primeiras leis escritas para evitar que os nobres interpretassem essas leis de acordo com seus interesses. Entretanto, essas reformas mantiveram os privilégios da elite e a escravidão por dívida.
Já as reformas de Sólon foram mais profundas. Além de ter dado mais poderes para a Eclésia (assembleia popular) e ter criado Bulé (conselho de cidadãos), dois órgãos que foram muito importantes mais tarde para a democracia, ele foi responsável abolição da escravidão por dívidas e a instituição de uma nova forma de participação política, a timocracia (governo dos ricos), ou seja, a participação não era mais por nascimento, e sim para os que tinham certa renda. Mesmo as reformas de Sólon sendo mais flexíveis que as de Drácon, isso não acabou com a insatisfação da grande maioria da população.

Tirania
O regime oligárquico não terminou de uma hora para outra em Atenas, pois os aristocratas não cederam facilmente. A trajetória política de Atenas até chegar à democracia foi marcada por longas etapas, uma delas foi à tirania. A fase da tirania em Atenas fez reformas importantes que beneficiaram as massas, abrindo caminho para democracia, pois foi um momento em que as camadas populares se organizaram e enfraquecendo a elite. Nesse momento, o principal nome da tirania em Atenas foi Pisístrato, pois entre outras medidas, ele realizou a reforma agrária e promoveu crescimento econômico e cultural.

Democracia
Passada a fase da tirania, Clístenes assume o poder e deu início a democracia ateniense. As principais mudanças de Clístenes foram:
A Reforma Urbana e Política dividiu a população ateniense em dez tribos, misturando homens de várias origens, a bulé passou de quatrocentos a quinhentos membros onde cada uma das 10 tribos deveria indicar 50 representantes para a preparação dos projetos de lei. A Reforma Cívica que abriu possibilidades para que o indivíduo tenha direito a cidadania ateniense, ou seja, agora eram cidadãos aqueles do gênero masculino, filhos de pai e mãe ateniense, e maior de dezoito anos. Era o principio da isonomia, onde todos tem o mesmo direito, independente da situação econômica. E o Ostracismo, que era a punição aplicada a todo cidadão que fosse considerado uma ameaça ao regime democrático. Depois de uma votação secreta, o acusado poderia ser banido da cidade por dez anos, perdendo todos os seus direitos políticos.
Outro grande nome nessa época foi Péricles. Ele se tornou arconte no século V a. C, e foi o principal nome da expansão imperial de Atenas como potência comercial. Foi durante o governo de Péricles que é criada a Liga de Delos (aliança de várias cidades-estados da Grécia contra os Persas). Além disso, Péricles estimulou ás artes e a cultura, e foi responsável pela construção do Partenon com os recursos vindos dos impostos cobrados das cidades que faziam parte da liga de Delos.
Apesar de ter sido iniciada com Clístenes, a democracia ateniense teve seu apogeu com Péricles. Nessa democracia os escravos, mulheres, menores de 18 anos e estrangeiros não participavam, sendo que esses somavam a maioria da população. Entretanto, para os atenienses não era contraditório haver escravidão dentro da democracia, já que para os gregos um mundo sem escravos era impensável.
Já durante entre 431 a. C. e 404 a. C. as cidades de Atenas e Esparta se enfrentaram na chamada Guerra do Peloponeso. Essa guerra que se estendeu por muito tempo, e só enfraqueceram as duas potências gregas causando seu declínio. Foi então que Felipe II, rei da macedônia viu a oportunidade de conquistar toda a Grécia, e consequentemente Atenas. Após conseguir dominar as cidades gregas, Felipe II morre, e deixa o lugar vago para seu filho, Alexandre que prosseguiu dominando inclusive o Império persa.
Por Allan Andrade


Referências:
CARDOSO, C. F. S. . A Cidade-Estado Antiga. SAO PAULO: ATICA, 1985.
FERREIRA, Olavo Leonel.; Visita à Grécia antiga. São Paulo: Moderna, 2008.
FUNARI, P. P. A. ; FUNARI, P. P. A. . Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2000
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