segunda-feira, 31 de março de 2014

Pólis
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A pólis (no plural póleis) ou cidade-estado pode ser definida como um centro político e geográfico, que pessoas se concentravam; uma comunidade de cidadãos livres que se “autogovernavam”, dispondo para tais fins de uma, ou mais, assembleias e magistrados, e de um conselho, que era responsável de preparar os assuntos a serem discutidos nas assembleias.
Com o crescimento populacional e o fim das comunidades gentílicas, os gregos foram formando cidades politicamente independentes, por isso o termo “cidade-Estado”, pois se tratavam de cidades que eram como pequenos Estados soberanos, que gozavam de autonomia política e de certa forma econômica.
Cada pólis possuía suas particularidades, em termo de instituições, cultos, festas, moral e política. Elas possuíam seus heróis e deuses protetores. Elas eram muito mais do que um espaço habitado por pessoas; eram como entidades vidas, dotadas de pensamentos e ações, “as pessoas são a polis”, já descrevia o historiador antigo Tucidides, ao tentar explicar a importante que a cidade-Estado tinha para os gregos antigos, pois era lá que eles participavam da vida pública e faziam seus festejos religiosos, era lá que se constituía a identidade do cidadão, o centro cívico e o coração do mundo Heleno.
Muitas são as tentativas de explicar essa constituição grega em Pólis. As explicações tradicionais nos apontam para a geografia montanhosa da Grécia que dificultava o acesso e comunicação entre as localidades, e por isso tenha se dado essa formação independente. Entretanto outros historiadores levantam a teoria de que essa formação se deu por causa dos diferentes povos que formaram a Grécia antiga.

Como era sua estrutura física?
As Póleis não se constituíam apenas de um centro urbano, elas compreendiam também uma área rural, de onde muitas vezes provinha sua verdadeira riqueza. A relação do urbano e rural não era de antagonismo, mas sim de associação, eles se completavam.
Outras duas marcantes características das cidades-Estado eram: seu centro público, onde aconteciam às reuniões dos cidadãos, a ágora. Já a acrópole (cidade alta), localizava-se na parte mais elevada do relevo, muitas vezes fortificada. Era muito relevante como ponto defensivo da comunidade, entretanto sua importância era também simbólica como parte nobre das Póleis e onde se localizava o templo de seu deus protetor.

Quais suas principais características?
Podemos numera as principais características das póleis em três categorias, que são[1]:
Forma de governo – Em uma ou mais assembleias, e um ou mais conselhos, além de certo numero de magistrados, quase sempre escolhidos anualmente.
Participação dos cidadãos – O funcionamento das póleis exigia a participação do cidadão no processo político, que acontecia nos conselhos e/ou assembleias.
Inexistência de separação plena de religião, justiça e governo - Nas cidades-Estado não existia uma separação absoluta entre os órgãos do governo e da justiça, e a religião e seus sacerdotes faziam parte do aparelho Estatal.
Tais características acima citadas foram presentes tanto em pólis democráticas quanto em oligárquicas. Por exemplo, na forma de governo, todas as cidades-Estado contavam com assembleia(s), conselho(s) e magistrados, mas elas se diferenciavam nas condições de acesso à cidadania plena.
Atenção: As cidades-Estado não foram uma exclusividade da Grécia antiga, muito antes Fenícios e os Mesopotâmios já se organizavam em cidades politicamente independentes.

Cidadãos, mulheres, estrangeiros, escravos e bárbaros
Era considerado cidadão aquele que fosse filho de cidadão, ou seja, a cidadania estava associada à condição de nascimento. As mulheres não tinham direito a cidadania assim como estrangeiros crianças e escravos. A idade mínima para se exercer a cidadania podia variar de pólis para pólis. Em Esparta a idade era de 30 anos, enquanto em Atenas era de 18 anos. Os bárbaros (Aqueles que não eram gregos) não eram cidadãos, assim como os estrangeiros (gregos fora de sua cidade de origem).
  





[1] Essas três principais características são definidas pelo historiador, Ciro Flamarion em seu livro “A cidade-Estado antiga”. Ver referências.


Referências
CARTLEDGE, Paul (org.). História Ilustrada Grécia Antiga. 2. ed. São Paulo: Ediouro, 2009
CARDOSO, Ciro Flamarion S. A cidade-Estado antiga. São Paulo: Ática, 1993
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo : Contexto. 2002

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