A pólis (no plural póleis) ou cidade-estado pode ser definida como um centro político
e geográfico, que pessoas se concentravam; uma comunidade de cidadãos livres
que se “autogovernavam”, dispondo para tais fins de uma, ou mais, assembleias e
magistrados, e de um conselho, que era responsável de preparar os assuntos a
serem discutidos nas assembleias.
Com
o crescimento populacional e o fim das comunidades gentílicas, os gregos foram
formando cidades politicamente independentes, por isso o termo “cidade-Estado”,
pois se tratavam de cidades que eram como pequenos Estados soberanos, que
gozavam de autonomia política e de certa forma econômica.
Cada
pólis possuía suas particularidades, em
termo de instituições, cultos, festas, moral e política. Elas possuíam seus
heróis e deuses protetores. Elas eram muito mais do que um espaço habitado por
pessoas; eram como entidades vidas, dotadas de pensamentos e ações, “as pessoas são a polis”, já descrevia o
historiador antigo Tucidides, ao tentar explicar a importante que a cidade-Estado
tinha para os gregos antigos, pois era lá que eles participavam da vida pública
e faziam seus festejos religiosos, era lá que se constituía a identidade do cidadão,
o centro cívico e o coração do mundo Heleno.
Muitas
são as tentativas de explicar essa constituição grega em Pólis. As explicações tradicionais nos apontam para a geografia
montanhosa da Grécia que dificultava o acesso e comunicação entre as
localidades, e por isso tenha se dado essa formação independente. Entretanto
outros historiadores levantam a teoria de que essa formação se deu por causa
dos diferentes povos que formaram a Grécia antiga.
Como
era sua estrutura física?
As Póleis não se constituíam apenas de um
centro urbano, elas compreendiam também uma área rural, de onde muitas vezes
provinha sua verdadeira riqueza. A relação do urbano e rural não era de
antagonismo, mas sim de associação, eles se completavam.
Outras
duas marcantes características das cidades-Estado eram: seu centro público, onde
aconteciam às reuniões dos cidadãos, a ágora.
Já a acrópole (cidade alta),
localizava-se na parte mais elevada do relevo, muitas vezes fortificada. Era muito
relevante como ponto defensivo da comunidade, entretanto sua importância era
também simbólica como parte nobre das Póleis
e onde se localizava o templo de seu deus protetor.
Quais
suas principais características?
Podemos
numera as principais características das póleis
em três categorias, que são[1]:
Forma de governo – Em uma
ou mais assembleias, e um ou mais conselhos, além de certo numero de
magistrados, quase sempre escolhidos anualmente.
Participação dos cidadãos – O
funcionamento das póleis exigia a
participação do cidadão no processo político, que acontecia nos conselhos e/ou
assembleias.
Inexistência de separação plena de
religião, justiça e governo - Nas cidades-Estado não
existia uma separação absoluta entre os órgãos do governo e da justiça, e a
religião e seus sacerdotes faziam parte do aparelho Estatal.
Tais
características acima citadas foram presentes tanto em pólis democráticas quanto em oligárquicas. Por exemplo, na forma de
governo, todas as cidades-Estado contavam com assembleia(s), conselho(s) e
magistrados, mas elas se diferenciavam nas condições de acesso à cidadania
plena.
Atenção: As
cidades-Estado não foram uma exclusividade da Grécia antiga, muito antes Fenícios
e os Mesopotâmios já se organizavam em cidades politicamente independentes.
Cidadãos,
mulheres, estrangeiros, escravos e bárbaros
Era
considerado cidadão aquele que fosse filho de cidadão, ou seja, a cidadania
estava associada à condição de nascimento. As mulheres não tinham direito a
cidadania assim como estrangeiros crianças e escravos. A idade mínima para se
exercer a cidadania podia variar de pólis
para pólis. Em Esparta a idade era de
30 anos, enquanto em Atenas era de 18 anos. Os bárbaros (Aqueles que não eram
gregos) não eram cidadãos, assim como os estrangeiros (gregos fora de sua cidade
de origem).
[1]
Essas três principais características são definidas pelo historiador, Ciro
Flamarion em seu livro “A cidade-Estado antiga”. Ver referências.
Referências
CARTLEDGE, Paul (org.). História Ilustrada Grécia Antiga. 2. ed. São Paulo: Ediouro, 2009
CARDOSO, Ciro Flamarion S. A cidade-Estado antiga. São Paulo: Ática, 1993
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo : Contexto. 2002
0 comentários
Postar um comentário