sexta-feira, 9 de maio de 2014

Você sabia que nem sempre o celibato dos padres foi obrigatório?
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Muitos pensam que sempre houve proibição do casamento de padres pela Igreja Católica, porém, o que muita gente não sabe é que nem sempre o celibato foi uma obrigação que os sacerdotes deveriam seguir, já que houve inúmeros casos de padres casados. Na verdade, durante os anos correspondentes ao declínio do império romano, o celibato era apenas uma recomendação.
Mas, a partir de 306, com o do sínodo de Elvira na Espanha, foi estabelecida a proibição do casamento de clérigos naquela região sob pena de punição. O cânone 33, desse concílio dizia: “Decretamos que todos os bispos, sacerdotes e diáconos, e todos os clérigos envolvidos com o ministério, sejam totalmente proibidos de viverem com esposas e gerarem filhos. Quem assim o fizer será deposto da dignidade clerical”. Com isso, aos poucos as autoridades da Igreja passaram a impor o celibato compulsório em outras regiões. Entretanto, foi com papa Gregório VII, no século XI, que o celibato clerical passou a ser mais aceito na Igreja de forma que jamais tinha sido antes. Séculos depois, esse assunto voltou a ser tema de debate, quando o Concílio de Trento definitivamente ratificou o celibato clerical.


Referência:
MATOS, A. S. . A caminhada cristã na história: a Bíblia, a igreja e a sociedade ontem e hoje. 1. ed. Viçosa - MG: Editora Ultimato, 2005. 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Igreja Católica no Brasil imperial
Unknown06:38 0 comentários


Dom Macedo Costa (bispo de Belém)

O mundo católico no século XIX

No século XIX surgiu na França uma doutrina católica que buscava reforçar e defender o poder do papa, afastando a ideia de que a Igreja tinha se tornado um mero departamento de estado. Inspirada nas normas do Concílio de Trento, essa doutrina ficou conhecida como Romanização ou Ultramontanismo, caracterizando-se por ser uma reação da Igreja Católica aos acontecimentos políticos, sociais e econômicos que questionavam sua hegemonia desde a época da Revolução Francesa. Dessa forma, em algumas partes da Europa e América Latina vinha ocorrendo vários conflitos entre Igreja e Estado, provocando na Igreja o desejo, não necessariamente de separação, mas de maior autonomia frente ao poder civil.

O Ultramontanismo no Brasil

A Igreja no Brasil seguiu as tendências transformadoras do mundo católico do século XIX influenciada pelo movimento Ultramontano em ascensão. Essa situação gerou um abalo na aliança entre Estado/Igreja (Padroado Régio) no Brasil, onde vários bispos tentaram alcançar autonomia espiritual da Igreja em relação ao Estado, tendo como alguns dos principais nomes dessa reforma católica os bispos: Dom Romulado de Seixas, Dom Ferreira Viçoso, Dom Antonio Joaquim de Melo, Dom Vital de Oliveira e Dom Macedo Costa.
É importante entender que no Brasil imperial a constituição de 1824 legitimava a união entre Estado e Igreja (Padroado Régio), tornando o catolicismo a religião oficial do Estado. Devido ao Padroado Régio, o clero e os bispos ficam dependentes das autoridades civis, já que quem decide sobre a remuneração dos padres, nomeação de bispos, construção de igrejas, criação de seminários e paróquias é o governo imperial. Desde o período colonial, o contato dos religiosos era muito maior com o poder civil, do que com a santa Sé em Roma, por isso, o catolicismo no Brasil se desenvolveu de forma popular, predominando forte caráter de devoção, com grande presença de leigos nas irmandades, e os exageros existentes nas procissões e festas aos santos.
A Igreja percebeu a necessidade de uma reforma interna, tentando formar um clero de acordo com os ensinamentos de Roma, que buscava implantar um catolicismo mais ortodoxo, colocando em prática os sacramentos da igreja, e deixando de lado catolicismo popular. Além disso, com a crescente presença de protestantes e liberais no contexto brasileiro, a Igreja defende que só a verdade (católica) e não o Erro (liberal ou protestante) tem direito a existir.

Questão religiosa

O Estado, na tentativa de reforçar a imagem de um governo forte e centralizador, passa a intervir de forma mais incisiva nos assuntos religiosos, provocando a reação da Igreja quanto a essa situação de subordinação.
Na década de 1870 houve uma divergência entre a Igreja Católica e a Maçonaria, envolvendo o bispo do Pará, Dom Macedo Costa, e o bispo de Olinda Dom Vital de Oliveira. Os dois bispos barraram a participação de maçons nas irmandades. O Estado acabou intervindo no conflito se colocando a favor das irmandades gerando um grande mal estar na aliança entre Igreja e Estado.
Os bispos se recursaram a aceitar a decisão do governo imperial, e foram presos em 1874. Essa situação causou muita polêmica em todo o Brasil, pois grande parte do clero e os fieis ficaram ao lado dos bispos presos, e até mesmo o papa Pio IX saiu em defesa de Dom Macedo Costa e Dom vital. Apesar de terem sido anistiados no ano seguinte, a relação entre Igreja e Estado não era das melhores, quando finalmente em 1890, foi desfeita a aliança entre a esfera civil e religiosa, através de um decreto.
A questão religiosa foi um dos vários fatores que fizeram o segundo império perder forçar no Brasil, levando ao advento da república em 1889. Vale ressaltar também que o aconteceu no Brasil aconteceu em outras partes do mundo ocidental, como por exemplo, na Itália, Suíça, Alemanha e França onde ocorrem sérios conflitos entre Igreja e Estado, ou mais especificamente, entre mundo católico conservador e o mundo liberal.

Referências:


FRAGOSO, Hugo. A igreja na formação do estado liberal (1840-1875). In: História da Igreja no Brasil: Ensaio de interpretação a partir de um povo – segunda época. Tomo II/2. HOORNAERT, Eduardo (org.). Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1992.

Por Allan Andrade

Religião e cultura Maia
Unknown06:19 0 comentários



Até hoje a civilização Maia desperta fascínio em muitos estudiosos, já que alcançaram feitos extraordinários para a época. A escrita maia se caracterizou por ser muito complexa, não tendo nenhum contato com escritas de outros povos, por isso a grande dificuldade de se entender essa sociedade. Quando os espanhóis chegaram, no século XV, a civilização Maia já estava em declínio, sendo preciso esperar o século XIX para saber um pouco mais desta civilização com a ajuda de estudiosos de diversas áreas.

Conhecimento astronômico e matemático

Os Maias desenvolveram grandes conhecimentos matemáticos, no qual descobriram e usaram a noção do zero em seus cálculos. Isso lhes permitiu elaborar calendários extremamente complexos e uma grandiosa engenharia, usando medidas precisas para a construção de suas pirâmides.
A sociedade Maia tinha grande interesse pela movimentação dos corpos celestes. Eram conhecedores de eclipses solares, movimento dos planetas, e conseguiram encontrar a rotação do planeta Vênus com uma margem de erro de apenas 14 segundos. Os Maias conseguiram elaborar alguns calendários através da observação astronômica (dos planetas). Os calendários Maias mais importantes eram: um ritual (Tzolkin) de 260 dias e um civil (Haab) de 360. Eles formavam a famosa roda calendárica. Estes calendários se encontravam em um ciclo de 52 anos.
A concepção de tempo dos Maias era diferente do que se tem hoje. Eles não cultivavam uma ideia linear de tempo, portanto não podiam acreditar que, em um determinado ponto da reta, aconteceria uma espécie de apocalipse. Alguns analistas acreditam, portanto, que o final do calendário Maia, possivelmente em 2012, seja o início de um novo ciclo para esta sociedade.


Calendário Maia


Arte e arquitetura maia

A arte Maia tinha grande importância na preservação das tradições religiosas, pois, ao mesmo tempo em que contava e reproduzia as tradições de seus deuses, esta arte também trazia relatos da questão política da civilização. Os murais, as esculturas e as pinturas relatavam a importância das dinastias dos antepassados para as futuras gerações.
Em diversas cidades maias encontramos grandes construções produzidas por esse povo, além de avenidas calçadas, templos e palácios que demonstram grande riqueza do traçado arquitetônico desta civilização.

Religião maia

            A religião tinha como característica a crença em vários deuses que poderiam ser tanto masculinos como femininos. Em meio a essas várias divindades, um dos principais era Itzamna, deus criador, deus dos céus, do dia e da noite. Nas cidades maias eram construídos templos de adoração onde ocorriam grandes celebrações públicas que marcavam diferentes épocas do calendário Maia.
Os principais deuses mais eram:

Itzamna: deus criador.
Hunab kei: deus celeste.
Ahui: deus do sol.
Chaac: deus da chuva.
Ah puch cenote: deus do submundo.
Ixchel: deusa da lua.

Escultura Maia do século 8. Representação do Deus Itzamna


            Apesar do sacrifício humano fazer parte dos rituais religiosos do povo Maia, devemos entender que as pessoas não eram sacrificadas aleatoriamente, já que muitos sacrificados eram prisioneiros de guerra ou escravos. Esse ritual poderia ser por agradecimento, como em caso de uma boa colheita ou para acalmar os deuses, pois os Maias acreditam que os deuses poderiam castigá-los, a exemplo de uma colheita insuficiente.



Referências
GENDROP, Paul. A civilização Maia. Rio de janeiro: Jorge Zahar. 2005(coleção as civilizações pré-colombianas)

LEON-PORTILLA, Miguel. A Conquista da América latina vista pelos índios: relatos Astecas, Maias e Incas; tradução de augusto Ângelo Zanatta- Petrópolis, vozes, 1987.

Por Allan Andrade